segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Biomasa é a nova aposta enegética do governo

O Governo vai apostar nas centrais de biomassa (que produzem electricidade a partir de resíduos florestais) no novo modelo do sector energético para o País que irá anunciar este mês. Ao lado da recomposição accionista da Galp, da parcela do negócio do gás a atribuir à EDP e do destino das participações da ENI, será dado, também, um decisivo impulso às centrais que conferem valor económico ao produto das limpezas das matas, compensando através dele boa parte do que os proprietários gastam nessas operações.Segundo o secretário de Estado da Indústria, Castro Guerra, "o aumento do número das centrais de biomassa e o reforço da sua potência é encarado pelo Governo como um princípio estruturante da prevenção de incêndios florestais e será contemplado como tal na resolução que irá a Conselho de Ministros". Esta decisão vem na sequên- cia dos protestos da Federação dos Produtores Florestais de Portugal (FPFP) que se mostrou muito desiludida ao não ver incluídas as centrais de biomassa na lista da infra-estruturas prioritárias preparada pelo ministro da Economia, Manuel Pinho, e anunciadas por José Sócrates no princípio de Julho. Esse programa, recorde-se, representa um investimento de 25 mil milhões de euros até ao final da legislatura e tem nas energias alternativas, em especial na eólica, uma das suas prioridades."É incompreensível que não tenham considerado as centrais de biomassa como uma infraestrutura prioritária", afirmava Ricardo Machado antes de conhecer o anúncio de Castro Guerra. "Enquanto não as lançarem não será possível criar uma economia na floresta e, dessa forma, a sua fragilidade face aos fogos vai manter-se." Depois, conhecida a intenção do Governo de apostar neste incentivo concreto para que os proprietários procedam à limpeza da matas, saúda a decisão "Só aumentando a rentabilidade dos investi- mentos na floresta se conseguirá dinamizar o mercado, recompor a malha de proprietários e dar utilização racional aos recursos ", diz Ricardo Machado.Portugal tem apenas uma central de produção bioeléctrica com dimensão a funcionar é da EDP, situa-se em Mortágua e tem uma potência de 10 kW, estando a decorrer o processo de licenciamento para ampliar a capacidade em 6,48 kW, que aguarda parecer do Instituto de Resíduos. Com licenças atribuídas em Agosto encontram-se centrais para construir em Cabeceiras de Basto (10,88 kW), Gondomar (10 kW) e Oleiros (10 kW). Para além destas, a EDP tem pedidos de construção de centrais de biomassa entregues na Direcção- -Geral de Energia para quase todo o País : Monchique, Sines, Pedrogão Grande, Mirandela, Tondela, Alcanena, Oliveira de Azeméis, Setúbal e uma segunda unidade em Gondomar. No conjunto somarão 78,75 kW.Junto às unidades da indústria de celulose funcionam também centrais de biomassa, neste caso em co-geração, com uma capacidade conjunta de 350 mW.

In Diário de noticias



O meu comentário face a esta noticia é que o governo faz muito bem em apostar em energias alternativas porque assim o pais fica menos dependênte das energia não renováveis.